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Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) em Bragança Paulista: quando o alimento aproxima e transforma

Iniciativa local conecta famílias e agricultores por meio de uma economia solidária, relações de confiança e alimentos cultivados com apreço

 

Marina Hilsdorf Carvalho e Daniela Ranali no início das atividades da CSA em Bragança Paulista
Marina Hilsdorf Carvalho e Daniela Ranali no início das atividades da CSA em Bragança Paulista

O que aconteceria se, em vez de apenas comprar alimentos no mercado, as pessoas passassem a sustentar diretamente quem os cultiva? Essa é a proposta da Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), modelo que chegou a Bragança Paulista em setembro de 2022 e vem transformando não apenas a forma como as famílias se alimentam, mas também como se relacionam entre si e com a terra.

 

Como tudo começou

Daniela Ranali
Daniela Ranali

A iniciativa surgiu a partir do envolvimento de Daniela Ranali, do Rancho Vivo (atualmente administrado por Pedro Agostinho Giane), e Raphael Navarro, do Bem Dita Terra Paisagismo. Logo, um grupo de famílias se formou para financiar os primeiros meses da CSA e dar vida ao projeto. As partilhas — momento em que os alimentos são entregues aos membros da comunidade — sempre aconteceram na Escola Cacau, no bairro Santa Helena.

 

Quem hoje está à frente da organização local são Marina F. Hilsdorf Carvalho, administradora, e Julia Carlini Spelta, geógrafa. Ambas conduzem, ao lado dos agricultores e coagricultores, os processos coletivos que sustentam o movimento.

 

Do preço ao apreço: uma nova lógica alimentar

Mais que um modelo de distribuição de alimentos, a CSA propõe uma mudança profunda de paradigma. “Do preço ao apreço”, resume uma das organizadoras. “Somos convidados a repensar as crenças que prevalecem no mundo atual do ‘quanto mais barato melhor’, e transformar isso em ‘tem para todos’, ‘colaborar ao invés de competir’.”

 

Na prática, o modelo funciona assim: famílias se comprometem com um valor mensal (acertado coletivamente) que garante aos agricultores um pagamento justo, estável e antecipado. Em troca, recebem semanalmente uma cesta com alimentos orgânicos e agroecológicos produzidos especialmente para o grupo.


 Mais que consumidores, coagricultores

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As famílias deixam de ser meras compradoras para se tornarem coagricultoras — parte ativa do processo. Elas participam de decisões, ajudam em tarefas administrativas e logísticas, e se envolvem nas partilhas e nos dias de campo. É uma experiência de reconexão com a natureza, com os ciclos de produção e com o coletivo.

 

Os benefícios são sentidos também por quem planta. Para os agricultores como Pedro Agostinho Giane, Celina Vitor dos Santos Marcondes e Cezabenildes Gonçalves Amaral, a segurança de ter apoio financeiro garantido permite cultivar com tranquilidade e foco na qualidade, sem a pressão do mercado tradicional.

 

Agricultores Cezabenildes Gonçalves e Celina Marcondes
Agricultores Cezabenildes Gonçalves e Celina Marcondes

Coagricultores em ação

Marcia Catucci de Lima Rosa, psicóloga, e Thais Moreno de Barros, tradutora, são coagricultoras ativas. Para elas, a CSA não é apenas uma forma de consumir, mas um caminho de transformação pessoal e coletiva. “É um aprendizado constante sobre solidariedade, paciência e respeito ao tempo da natureza”, compartilha Marcia. Thais complementa: “Sentir que fazemos parte do processo, que não somos apenas clientes, muda tudo. É uma vivência que gera pertencimento.”

 

Consumo consciente e mais humano

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A CSA de Bragança Paulista mostra que é possível cultivar mais do que alimentos: relações de confiança, cuidado e responsabilidade mútua também florescem quando se aposta no coletivo. Em tempos de distanciamento e consumo desenfreado, iniciativas como essa reacendem a esperança em formas mais humanas de viver e se alimentar.

Agricultores Pedro Giani, Celina Marcondes, administradora Marina Carvalho e a geógrafa Júlia Spelta
Agricultores Pedro Giani, Celina Marcondes, administradora Marina Carvalho e a geógrafa Júlia Spelta

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