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"Sephora Kids" e os impactos para saúde física e mental de crianças e pré-adolescentes



Você já ouvir falar em “Sephora Kids”? São meninas entre 8 e 12 anos que compartilham no TikTok suas rotinas de skincare, compra de cosméticos e de maquiagens. Juntas, somam milhares de seguidores. Porém, essa tendência que tem bombado nas redes sociais pode afetar, tanto a saúde física, quanto mental destas crianças e pré-adolescentes.


A Elas em Pauta entrevistou a especialista na área de estética, Fernanda Fernandes, sobre o uso precoce de produtos de beleza entre crianças e pré-adolescentes e as consequências para a pele. “Skincare é uma rotina de cuidado com a pele e é composto por diferentes tipos de ativos. Tem produto para cada tipo de pele. Também é importante saber qual é a forma farmacêutica de cada skincare. Sempre orientamos que este tipo de cuidado se inicie apenas por volta dos 14 ou 15 anos, quando a pele já apresenta algum tipo de necessidade. Abaixo dessa idade é apenas protetor solar”, destacou Fernanda.


De acordo com Fernanda, o uso errado e desnecessário do skincare na pele de crianças e pré-adolescentes podem trazer inúmeras consequências. “Pode gerar um processo alérgico, uma disfunção da pele, manchas e diversos tipos de alterações”.


Para a psicóloga Andréia Pinheiro, especialista em terapia cognitivo comportamental e terapia comportamental dialética, o impacto por esta busca pela pele perfeita pode gerar consequências emocionais expressivas. “As crianças e pré-adolescentes estão e uma fase de desenvolvimento corporal, cerebral, de relações interpessoais, de construção da identidade, personalidade e também da autoestima. Então, esta questão pela busca da perfeição, que é algo inexistente, não passa por elas de forma reflexiva. Elas absorvem de forma direta esses conteúdos que elas veem na internet de forma pouco regulada. Isso as tornam mais suscetíveis a sofrerem com o impacto disso, visto que elas ainda não têm um raciocínio crítico sobre essas informações e também não têm acesso ao que está por trás destes tipos de conteúdo”.


De acordo com Andréia, se a criança, que está em plena fase de construção da sua autoimagem, se vê fora desse padrão de beleza imposto pelas redes sociais, gera o medo de ser criticada, “talvez ela receba um elogio, mas talvez ela não receba os ‘likes’ e talvez ela possa receber até um cancelamento, que é o temor hoje das adolescentes e das pessoas no geral que são muito ativas nas redes sociais”.


Tanto Fernanda, quanto Andréia ressaltam a importância dos pais em orientar as crianças com relação a este tipo de consumo. “É importante os pais orientarem que, mesmo as crianças tendo acesso a este tipo de informação, não necessariamente isso convém a elas. Nós percebemos que tem essa busca pela aceitação, isso tem sido mais aflorado com as redes sociais, onde as pessoas acham que precisam ser e parecer com determinadas pessoas, por exemplo, os chamados ‘influenciadores’. Isso pode gerar um impacto bem grande na formação dessas crianças e adolescentes”, destacou Fernanda.


Para Andreia, os pais podem ajudar no desenvolvimento da imagem corporal, da saúde mental, estarem próximos dos filhos, acompanhando estes desenvolvimentos e suprindo as necessidades básicas. “Necessidades são diferentes de desejos. Nem tudo o que a criança deseja ela necessita de fato. As crianças e adolescentes têm que saber esperar a fase propicia para cada coisa.


Andreia alerta ainda que, “quando os pais já não conseguem lidar com estas questões, percebem mudanças no comportamento das crianças, entre elas: maior isolamento, aumento da agressividade ou irritabilidade, busca incessante por compras relacionadas ao tema, muito tempo nas redes sociais com prejuízo das notas escolares, ou deixam de ter convivo social com outras crianças e adolescentes da mesma faixa etária, pode ser um bom momento para procurar ajuda de um profissional, um especialista nesta área, no caso um psicólogo, ou de um médico especialista”.


Andréia também indica a leitura do livro Na sala dos espelhos, de Liv Stromquist, para as crianças e adolescentes.

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