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Redes de apoio, mentorias, capacitações e netweaving são ferramentas poderosas para o empreendedorismo feminino

Nesta terça-feira, 19 de novembro, é celebrado o Dia do Empreendedorismo Feminino, data que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, com o objetivo de reconhecer o papel essencial das mulheres como motor de inovação. Hoje, no Brasil, elas já representam 34% dos negócios. Em Bragança Paulista são mais de 8 mil empreendedoras, de acordo com dados do Sebrae.  Apesar deste aumento da atuação das mulheres no mundo dos negócios, elas ainda enfrentam barreiras significativas que vão além de fatores externos.


Para a Akemi Shida, consultora de Recursos Humanos, redes de apoio, mentorias, capacitações e a prática do netweaving são ferramentas poderosas para superar desafios e transformar sonhos em realidade. “Persistir no empreendedorismo não é só sobre paixão ou talento; é sobre garantir que as bases estejam firmes para que possamos crescer e enfrentar os desafios. Planejamento, educação financeira e autoconhecimento não só ajudam a construir essas bases como permitem que a gente olhe para o futuro com clareza e confiança, transformando o propósito em ação sustentável”.

 

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Akemi é fundadora da AS Consultoria de Recursos Humanos e sócia da Vida de Diva Biomedicina Estética. Psicóloga especialista em Liderança, Planejamento de Carreira, Desenvolvimento Humano e Organizacional, Palestrante e Escritora, com expertise em desenvolvimento de competência para alavancar resultados em seu negócio, por meio de seus líderes e colaboradores. Possui MBA em Gestão Estratégias de Negócios, Pós-graduada em Psicodrama Socioeducacional e graduada em Ciências da Felicidade. Certificações em Mentoring e Coaching em negócios, liderança, carreira e organizações. Tem três livros publicados: A Arte de Brilhar, Desperte sua Melhor Versão e 120 Sacadas para a Vida Pessoal e Profissional.


Desafios


De acordo com Akemi, “Um dos maiores desafios está nos preconceitos e estereótipos de gênero, que limitam o espaço das mulheres em certos mercados. Muitas vezes, somos vistas como incapazes de liderar negócios de grande porte ou atuar em setores predominantemente masculinos. Isso se reflete até mesmo dentro de nós mesmas: a síndrome de impostora é um fenômeno comum, onde sentimos que não somos suficientemente boas ou capazes, mesmo quando os resultados provam o contrário. Essa autossabotagem pode frear nossas ambições”.

 

Akemi também aponta a questão da sobrecarga mental e falta de apoio. “Não é raro que muitas mulheres sejam as principais responsáveis pela casa, pelos filhos e pelo cuidado com familiares, além de gerenciar seus negócios. Essa carga adicional, acumulada com a gestão de uma empresa, pode ser exaustiva e, sem apoio adequado, prejudicar nosso desempenho".


 De acordo com a consultora, outro ponto delicado é que algumas mulheres ainda internalizam a ideia de que certos papéis são exclusivamente masculinos. Isso pode ser um reflexo de uma cultura de misoginia, inclusive entre nós mesmas, que limita a nossa percepção sobre até onde podemos chegar. Em áreas como engenharia, tecnologia ou construção civil, é comum encontrar resistência tanto externa, quanto intern, com crenças de que “aquilo não é coisa de mulher”.

 

Além disso, a falta de acesso a mentorias, apoio, capacitação e redes de relacionamento também é um grande entrave. “Muitas de nós não apenas querem empreender, mas também se tornar empresárias — ou seja, liderar empresas estruturadas, que vão além de microempreendimentos e alcançam patamares de crescimento sustentável. Vale lembrar que, segundo o Código Civil Brasileiro, um empresário é aquele que exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Chegar a esse nível exige mais do que coragem; exige planejamento, gestão de recursos e visão estratégica, habilidades que muitas mulheres ainda precisam desenvolver".

 

Por último, mas não menos importante, está a falta de acesso a crédito, que afeta desproporcionalmente mulheres empreendedoras. Muitas vezes, temos maior dificuldade em comprovar renda ou bens, especialmente quando começamos do zero ou estamos tentando conciliar outras responsabilidades com o negócio. Isso nos impede de expandir e estruturar nossos empreendimentos.

 

Redes de apoio

 

De acordo com Akemi, ter uma rede de apoio e fazer parte de comunidades de mulheres empreendedoras contribuem para a jornada da mulher no empreendedorismo. “Essas trocas são fundamentais no processo de aprendizado, especialmente dentro da metodologia 70-20-10, que afirma que 70% do aprendizado ocorre por meio da prática, 20% pela interação com outras pessoas (como mentorias e redes de apoio) e 10% em capacitações formais. Nesse contexto, compartilhar vivências ajuda não só a identificar soluções práticas, mas também a inspirar confiança e resiliência”.

 

Mentorias e o papel do autoconhecimento

 

Outro ponto destacado por Akemi é o papel das mentorias para ajudar a entender crenças limitantes, como a síndrome de impostora, e a superar processos de autossabotagem. “Sem autoconhecimento, muitas mulheres acabam travando em seus projetos, por não acreditarem no próprio potencial ou por não saberem como lidar com desafios internos e externos. Autoconhecimento é o alicerce para vencer medos, melhorar a gestão emocional e alinhar objetivos de vida e negócio, garantindo que o empreendedorismo seja sustentável, tanto do ponto de vista financeiro, quanto pessoal”.

 

Capacitações nas áreas técnicas e estratégicas

 

Além das mentorias, é fundamental investir em capacitações constantes, especialmente nas áreas que representam maior dificuldade. Muitas mulheres encontram desafios em temas como: gestão e liderança; financeiro; estoque e logística; vendas e marketing; precificação. “Essas áreas são o pilar para transformar empreendedoras em empresárias, ajudando a estruturar negócios sólidos e sustentáveis”.

 

Netweaving

 

Netweaving também tem sido uma grande tendência entre as empreendedoras. O netweaving é baseado na troca genuína de conhecimentos e no auxílio mútuo. “É sobre construir relações de confiança, onde todas as partes se ajudam a crescer. Para a mulher empreendedora, isso significa encontrar parceiras de negócios, mentoras, e até mesmo clientes, em um ambiente de suporte mútuo e cooperação”.

 

Microcrédito e financiamento

 "É fundamental falar sobre microcrédito e financiamento, que muitas vezes são as únicas opções para mulheres que estão começando ou precisam expandir seus negócios. Existem programas voltados especificamente para empreendedoras, oferecidos por bancos, cooperativas e até ONGs, que entendem as dificuldades que enfrentamos, como a falta de garantias tradicionais ou histórico financeiro. Esses recursos são essenciais para investir em estrutura, estoques e capacitação, garantindo o crescimento sustentável do negócio".

 

Desistir ou persistir

 

Para Akemi, a diferença entre desistir ou persistir no empreendedorismo está na forma como se lida com os desafios e nos recursos internos e externos que tem à disposição. “Mulheres que persistem geralmente têm um propósito claro que as mantém firmes, mesmo nas adversidades”. No entanto, Akemi destaca que é importante destacar que para alcançar esse propósito, dois elementos fundamentais entram em cena: planejamento e educação financeira. “Sem planejamento e uma base financeira sólida, é difícil manter o foco no propósito. Se olharmos para a pirâmide de Maslow, entendemos que as necessidades básicas — como segurança financeira e estabilidade — precisam estar supridas antes que possamos nos dedicar plenamente a metas mais elevadas, como realização pessoal e impacto. Se essas necessidades não estão atendidas, as preocupações diárias acabam drenando nossa energia e nos afastando do propósito”.



 

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