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Por que as mulheres ainda ganham menos que os homens?


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O governo federal divulgou, recentemente, o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios o qual apontou que as mulheres ganham 19,4% a menos que os homens. Esta diferença salarial pode variar ainda mais em cargos de dirigentes e gerentes, chegando a 25,2%, e com mulheres negras, que têm rendimento médio de 53% da média salarial dos homens brancos. Para Jacqueline Ribeiro (foto), business partner de recursos humanos, a questão da desigualdade salarial ainda esbarra em uma discriminação estrutural e em questões culturais.

  

Maternidade

 

De acordo com Jacqueline, a questão cultural, ainda fortemente enraizada, do papel da mulher como responsável por cuidar dos filhos e das tarefas da casa pode afetar, substancialmente, as oportunidades que ela terá em sua carreira profissional. “Ainda não há essa igualdade na questão da responsabilidade dos cuidados com os filhos, a sobrecarga é muito maior para as mulheres. Exemplo disso é a licença paternidade que é de cinco dias ou, no caso das empresas cidadãs, 20 dias. Já a licença maternidade é de quatro meses ou de 6 meses na empresa cidadã”.

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Ainda com relação a questão da maternidade, Jacqueline aponta também que, em muitos casos, quando a mulher está preparada para assumir um cargo de liderança ela esbarra em uma pressão social e cultural sobre a questão de ter ou não ter filhos. “O relógio biológico começa a contar e a mulher passa a se questionar se dá uma pausa na carreira para se dedicar à maternidade ou não. Ela entra nesse conflito, nessa ambiguidade. Muitas, quando optam por ter filhos, acabam ou dando uma pausa na carreira ou uma desacelerada ou ainda reavaliam, de repente, um outro modelo de trabalho em que elas possam se dedicar mais aos filhos, à família. São temas que hoje ainda não permeiam sobre os homens. Estes continuam em ascensão na carreira. Sem contar que ainda é muito grande o número de mulheres que são dispensadas no retorno da licença maternidade. Então, tudo isso gera uma certa insegurança na mulher”.

  

Negociação salarial

 

Insegurança que também afetam as mulheres na hora da negociação salarial. De acordo com Jacqueline, vários estudos mostram que as mulheres são menos propensas do que os homens a negociar os salários e os aumentos salariais durante a carreira. “Elas arriscam menos, nesse aspecto. Inclusive, tem uma pesquisa que mostra que as mulheres costumam se candidatar a uma vaga quando identificam que têm 100% de ‘match’ com os requisitos que foram publicados. Enquanto que os homens é 60%”.

 

Falta de interesse das empresas

 

Grandes empresas já apresentam diversas ações para falar de inclusão de uma maneira geral. São marcas que têm um impacto grande na sociedade e estão se adequando. “Agora, as empresas que são menores, que são familiares, acabam não tendo essa estrutura. Muitas vezes não tem nenhum RH ou uma área de pessoas que vai falar de desenvolvimento, de diversidade, de inclusão, tem apenas o departamento pessoal. E quando a empresa não foca nestes temas, a chance de ela evoluir sobre eles é muito pequena”, destacou Jacqueline.

 

Mulheres na liderança

 

Outro ponto abordado por Jacqueline é as mulheres ocupando cargos na liderança para contribuir com a propagação da equidade salarial. “No geral, tem um número muito menor de mulheres na liderança, são 38% de mulheres em cargos de liderança, 62% de homens. Se cada vez mais mulheres ocuparem cargos de liderança, as tomadas de decisões também favorecerão essa equidade. Poucas mulheres na liderança podem desacelerar, de certa forma, a questão da evolução da equidade. O desafio ainda é bem grande”, finalizou Jacqueline.

 

 

 

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