O processo de divórcio pode deixar marcas significativas na vida das pessoas, que afetam a saúde emocional, mental e física
- Rafaela Maciel
- 7 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Por Andréia Pinheiro*

No caso das mulheres o divórcio é um processo que pode trazer dificuldades que vão muito além da separação física e legal do parceiro, abrangendo uma série de desafios que podem afetar questões emocionais e de ordem práticas. Em alguns contextos culturais, o divórcio pode carregar um estigma, aumentando a sensação de rejeição e vergonha nas mulheres.
Praticamente, as consequências incluem mudanças financeiras e logísticas. As mulheres podem enfrentar dificuldades econômicas, especialmente se dependiam financeiramente do parceiro ou se o divórcio resulta em uma divisão desigual dos bens. Além disso, o processo de divórcio pode exigir ajustes na moradia, na organização da vida cotidiana e na gestão das responsabilidades parentais, o que pode ser particularmente desafiador se houver filhos envolvidos.
A incerteza quanto ao futuro financeiro, à identidade e ao status social pode provocar níveis elevados de ansiedade. Muitas mulheres enfrentam inseguranças sobre sua capacidade de sustentar a si mesmas e manter um padrão de vida satisfatório.
Existe um período de ajuste psicológico e emocional, no qual elas precisam lidar com questões relacionadas a sua identidade e autoestima. A mudança na dinâmica familiar e o fim de um relacionamento significativo podem ser extremamente desafiadores.
Lidar com as questões práticas e legais do divórcio, além de possivelmente ter que cuidar dos filhos, pode resultar em estresse elevado. A sobrecarga de responsabilidades pode ser esmagadora.
Durante e após o divórcio, podem surgir ou se intensificar problemas como depressão, ansiedade e
transtornos de adaptação. O divórcio pode alterar a rede de apoio social da mulher, com amigos e familiares podendo ter opiniões divergentes ou a própria mulher podendo se sentir isolada. Essas mudanças podem intensificar a sensação de solidão e desconexão.
A gravidade desses problemas pode variar dependendo das circunstâncias individuais e da rede de apoio disponível. O período do divórcio exige um suporte abrangente e estratégias eficazes para lidar com as diversas mudanças e desafios que surgem.
Para enfrentar essas dificuldades e facilitar o processo de recomeço, é crucial adotar uma abordagem abrangente de cuidado próprio e buscar suporte adequado.
A terapia pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar a processar emoções complexas, reconstruir a autoestima e desenvolver estratégias para lidar com o estresse.
Aceitar seus sentimentos é primordial, pois é normal sentir uma ampla gama de emoções durante o divórcio, como tristeza, raiva, culpa e medo. Permita-se sentir essas emoções sem se julgar.
Expressar esses sentimentos com amigos de confiança, familiares ou um terapeuta sobre o que está passando. Pode ser uma forma de receber apoio.
Priorizar atividades que promovam bem-estar físico e mental, como exercícios, alimentação saudável, sono adequado e práticas de relaxamento. Retome ou descubra novos interesses e atividades que lhe tragam prazer e satisfação. Práticas como exercícios físicos, meditação e hobbies podem ajudar a melhorar o bem-estar emocional e a oferecer alívio do estresse, além de facilitar a redescoberta de si mesma e proporcionar novas fontes de satisfação e realização.
Com relação ao futuro estabelecer um plano financeiro e definir metas pessoais claras podem ajudar a criar um senso de controle e segurança. O processo de recuperação pode levar tempo e os sentimentos podem mudar ao longo do caminho. Reconheça que a cura é um processo gradual.
Cada pessoa vivencia o divórcio de maneira única, e encontrar o caminho que melhor se adapta a suas necessidades e circunstâncias é fundamental. A superação é um processo individual e, muitas vezes, envolve um caminho de crescimento pessoal e transformação.
Andreia Lima oliveira Pinheiro
Psicóloga Clínica
CRP: 06/57.522




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