Médica-veterinária de Bragança Paulista ajuda no resgate e cuidados dos animais no Rio Grande do Sul

“O que mais me marcou foi a quantidade de animais que eram resgatados, diariamente, das águas. Eram 200, 300 e as vezes até mais. Dava para ver o desespero deles e o quanto lutaram para sobreviver”. Este é o relato da médica-veterinária de Bragança Paulista, Giullia Biaseto que ficou seis dias no Rio Grande do Sul, como voluntária, para ajudar os animais que foram vítimas das enchentes.

Giullia relatou que decidiu ir para o Rio Grande do Sul porque quis ajudar, não só com doações, mais com o próprio trabalho. “Eu percebi que poderia ajudar também no atendimento aos animais, prestar socorro, fazer atendimento dos gatos, porque são animais mais arredios. E foram assim os seis dias que passei no Sul: um trabalho contínuo de resgatar os animais das águas e de locais onde haviam sido abandonados pelas famílias, fazer triagens, dando toda a assistência que eu podia”.

A médica-veterinária chegou a atuar no hospital de campanha do bairro Mathias Velho, em Canoas, que ficou praticamente inteiro coberto pelas águas das enchentes. Uma área próxima ao rio dos Sinos, e uma das regiões mais pobres do município.  “Era uma quantidade muito grande de animais que eram resgatados por dia. Eram mais de 2 mil, mas foi se perdendo a conta de quantos animais tinham no hospital de campanha devido o grande fluxo”, relatou Giullia. 

Bairro Mathias Velho, um do mais atingidos pelas enchentes

Apesar da exaustão do trabalho de resgate e cuidados com os animais e de ter enfrentado muito chuva e frio, Giullia, que já retornou à Bragança Paulista, planeja voltar para o Rio Grande do Sul e destaca a necessidade das pessoas continuarem ajudando, “Seja com doações, com mão de obra, com o que for possível porque em algum momento a situação no Rio Grande do Sul vai acabar perdendo um pouco a visibilidade, mas os animais e as pessoas vão continuar lá, precisando ainda de ajuda”.

Giullia ressaltou que a clínica onde trabalha, a Empório Vet, está arrecadando doações para levar ao Rio Grande do Sul. “Continuamos arrecadando coisas para levar para lá. Estamos tentando lotar um caminhão para levar insumos para esses animais seja: coberta, comida, remédios, materiais para construir casinhas, novos abrigos, entre outros”.

Com relação aos destinos dos animais, Giullia disse que ainda está muito incerto, mas acredita que a maior parte irá pra adoção.